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Projeto de Conservação do Mico-leão-da-cara-preta completa um ano com registros inéditos da espécie

O Projeto de Conservação do Mico-leão-da-cara-preta completa um ano de atuação nas Unidades de Conservação do Parque Estadual de Cananéia (SP) e do Parque Nacional de Superagui (PR). Em tempo de celebrar a data, imagens inéditas dos micos foram obtidas por meio de uma câmera escondida, na Unidade de Conservação paulista.
O destaque nos novos registros é a presença dos pequenos filhotes nas costas da mãe e, em seguida, seu desenvolvimento, mostrando como se tornaram mais fortes, se alimentando sozinhos. Elenise Sipinski, coordenadora do projeto, explica que o período de reprodução é sempre muito crítico para a conservação das espécies, pois os filhotes estão mais vulneráveis. “Neste ano, além das já conhecidas ameaças, precisamos monitorar como os animais se comportam diante dos surtos de febre amarela no estado de São Paulo”, relata.
O projeto foi idealizado pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) para contribuir com a proteção da espécie, implementando ações do Plano de Ação Nacional (PAN) para a Conservação dos Primatas da Mata Atlântica e da Preguiça-de-coleira. A iniciativa conta com a colaboração de diversos parceiros do governo e de instituições de ensino e pesquisa. O objetivo é que o projeto de monitoramento e conservação seja capaz de tornar a espécie um ícone da Grande Reserva Mata Atlântica e do potencial turístico deste território.
Arte pela proteção da espécie
Inspirado no Projeto de Conservação do Mico-leão-da-cara-preta, o grupo Artists and Biologists Unite for Nature (ABUN) — formado por mil artistas integrados, em todos os continentes — lançou banner reunindo obras que retratam a espécie. Os desenhos e pinturas de diversos estilos foram feitos por artistas visuais de países como Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos, Guatemala e Brasil. O lançamento aconteceu na última terça-feira (4), na sede da SPVS em Curitiba.
Os criadores do grupo, a artista americana Kitty Harvill e seu marido, o alemão Christoph Hrdina, acreditam que a arte pode ter um efeito especial sobre as pessoas na busca pela consciência ambiental. “As imagens estarão sempre livres de copyright, à disposição dos biólogos e projetos de conservação para trabalhos educativos”, explica o casal. Kitty também acredita que nunca tivemos um momento na história em que o mundo precisou mais de ações da sociedade. “Precisamos nos posicionar e fazer o que pudermos. Cada ação ou inação em favor da sustentabilidade da vida como conhecemos em nosso planeta importa”, afirma.
Vivendo entre o Brasil e os EUA desde 2006, quando se mudou para Curitiba, Harvill faz parte do grupo de 500 artistas certificados pela organização internacional Artists for Conservation por dedicar sua obra a causas ambientais. Hrdina deixou Frankfurt, onde era banqueiro, para trabalhar com preservação da natureza no Brasil. Em 1986, foi co-fundador da Funatura, fundação de conservação do cerrado brasileiro, e hoje se dedica à proteção da Mata Atlântica, entre elas integrando o Conselho Deliberativo da SPVS.
Nova parceria
Em 2020, o projeto passa a contar também com a parceria da Parco Zoo Punta Verde, instituição italiana que tem como uma de suas missões a conservação da biodiversidade. Atuante na proteção do mico-leão-da-cara-preta há anos, a instituição pretende colaborar ativamente nas ações de conservação e pesquisa dessa espécie rara, símbolo da Mata Atlântica do Brasil, e também com a conscientização da população sobre a espécie.
O Projeto de Conservação do Mico-leão-da-cara-preta foi aprovado no final de 2018, no edital promovido pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e pelo Primate Action Fund (PAF). A partir de 2019, o projeto conquistou também os apoios da Fondation Emsemble e Margot Marsh Biodiversity Foudation

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