Rio Paraopeba começa a receber processo de dragagem em Brumadinho
O Rio Paraopeba, atingido pelos rejeitos de minério após o rompimento da barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, começa a ter o seu leito limpo. O processo de dragagem é realizado pela Vale, mineradora responsável pela barragem B1 que rompeu em 25 de janeiro, deixando 248 mortos e ainda 22 desaparecidos.
O planejamento é que as atividades de dragagem sigam até julho de 2020, começando na confluência do Ribeirão Ferro-Carvão com o Rio Paraopeba e seguindo por cerca de 2 km a jusante deste ponto. Nesse trecho, estima-se que estejam depositados entre 300 mil m³ e 350 mil m³ do material que vazou da B1.
Para executar a dragagem, a empresa afirmou que realizou a limpeza da área por meio da remoção de materiais e galhadas e só iniciou as ações após inspeção e liberação do Corpo de Bombeiros. Para o processo de dragagem foram instalados oito pontos de monitoramento de água e sedimentos na área de influência da atividade.
De acordo com a Vale, a remoção dos rejeitos entre a B1 e a nova ponte da Avenida Alberto Flores, resultou em cerca de 750 mil m³ de material.
Após a dragagem, a água é bombeada por tubulação para bolsas geotêxteis (geobags), que têm a função de reter o rejeito dragado. A água sairá pelos poros drenada dessas bolsas e, na sequência, passará por processos de precipitação, filtragem e adsorção química. Esses procedimentos têm como objetivo separar os sólidos que ainda podem estar presentes na água após ela passar pelas bolsas geotêxteis.
A água, então, será devolvida tratada e dentro dos padrões legais ao rio Paraopeba. Os sólidos nos tubos geotêxteis serão monitorados, classificados e integrados ao meio ambiente através de reaterro e revegetação de toda área.
Capacidade de tratamento
O tratamento da água dragada será realizado na nova Estação de Tratamento de Água Fluvial (ETAF) implantada pela Vale. A ETAF Lajinha, como foi batizada, tem capacidade para tratar 2,25 milhões de litros por hora, ou 54 milhões de litros por dia. Com isso, a capacidade total da empresa para tratar água em Brumadinho deve dobrar, uma vez que a empresa já opera outra estação na região, a ETAF Iracema (Ferro-Carvão), com capacidade de tratamento de 2 milhões de litros por hora (48 milhões de litros por dia).
O sistema de captação e tratamento de água da ETAF Lajinha conta com duas dragas, uma bacia de tratamento, uma bacia pulmão (água tratada), uma planta química, seis bombas centrífugas e 10 filtros.
A atividade de dragagem e a implantação do sistema de tratamento de água integra o Plano de Contenção de Rejeitos apresentado pela Vale aos órgãos públicos, após o rompimento da barragem B1, na mina Córrego do Feijão. A ETAF tem como objetivo reduzir a turbidez da água e devolvê-la tratada ao rio.
RIO — Três anos após a tragédia de Mariana, o maior desastre ambiental da História do Brasil, novas consequências da tsunami de lama de rejeito de mineração da Samarco que devastou o Doce e outros rios de sua bacia continuam a ser descobertas. Um estudo recém-publicado indica que a lama depositada no leito e nas margens dos rios Gualaxo do Norte, Carmo e Doce pode favorecer a explosão da população de bactérias, algumas delas potencialmente nocivas para o homem.
As bactérias se alimentam principalmente do ferro lançado em quantidade pela onda de rejeito do minério. A estimativa é de que a maior parte dos 45 milhões de metros cúbicos de rejeito permanece quase toda onde foi deixada pela onda do desastre.
O alerta dos cientistas é que a água do Doce deve ser usada com cautela para o consumo humano e ser monitorada com rigor. Mais de 30 cidades que, juntas, têm cerca de 340 mil habitantes, captam água do rio.
— O Doce foi transformado num doente crônico, pois a lama será fonte de contaminação enquanto permanecer lá. Isso pode durar décadas — afirma o coordenador do estudo, Fabiano Thompson, da Coppe e do Laboratório de Microbiologia da UFRJ.
Quando o verão chega e o período chuvoso se intensifica, os rios afetados voltam a correr risco de explosões de populações de bactérias, frisa Thompson, cujo grupo fez a primeira análise dos microbiomas afetados pelo desastre. Publicado na revista científica “Science of the Total Environment”, o estudo é derivado da tese de mestrado em engenharia de produção de Marcelle Cordeiro, da Coppe.
A chuva “acorda” a lama porque arrasta o rejeito depositado nas margens e aumenta o fluxo dos rios, o que faz com que o rejeito do leito seja revolvido. Ele volta então a se misturar com a água. A lama é constituída basicamente de ferro, aminas (compostos orgânicos derivados da amônia e usados na separação do minério) e sílica.
Por:Ana Lúcia Azevedo
01/12/2018 - 04:30 / 01/12/2018 - 12:00
04/05/2018 - Projeto Manuelzão promove curso de recuperação de nascentes
Além de fornecer água, nascentes também são fonte de vida para outros organismosMartim Garcia | Flickr MMA
Interessados em compreender o papel ambiental das nascentes e aprender como mantê-las saudáveis podem se inscrever, até o próximo dia 18, no curso inédito e gratuito de recuperação de nascentes, que será oferecido pelo Projeto Manuelzão, de 23 a 28 de outubro, no campus Pampulha.
"A crise hídrica que vivemos há alguns anos demonstra cada vez mais a importância que devemos dar a essas fontes de água", comenta o professor Marcus Polignano, coordenador do Manuelzão, na coluna de Meio Ambiente do Jornal UFMG, da Rádio UFMG Educativa, desta quarta-feira, 4.
Além de detalhar o funcionamento do ciclo da água, Polignano afirma que, "para produzir água, é preciso cuidar das nascentes, mas elas têm sido extremamente degradadas". Ambientalistas, especialistas e cidadãos envolvidos com as temáticas ambientais formam o público-alvo da capacitação. "Esperamos que a sociedade esteja mais informada e entenda que a nascente precisa ser cuidada", alerta.
03/05/2018 - Cidade do Cabo adia possível racionamento de água para 2019 Nível das barragens começa a subir na África do Sul
Esperança. Níveis de reservatórios na África do Sul estão aumentando, afastando o risco de desabastecimento - MIKE HUTCHINGS / Reuters
Rio - A possibilidade de se tornar a primeira metrópole do planeta sem água foi mais uma vez adiada: a Cidade do Cabo, na África do Sul, postergou para 2019 o chamado Day Zero, quando o abastecimento seria totalmente interrompido. O fechamento das torneiras estava previsto para agosto desde ano, mas com o nível dos reservatórios aumentando em outros lugares da África do Sul e o sucesso das medidas de racionamento, o governo anunciou o adiamento.
Hoje, cada morador tem direito a 50 litros de água por dia. A seca, desencadeada pelo El Niño há dois anos, atingiu a produção agrícola e o crescimento econômico em toda a África do Sul. Na Cidade do Cabo, a situação foi agravada por um longo período sem chuvas fortes.
Os níveis de barragens na província de Western Cape, que inclui a Cidade do Cabo, estavam em 18,3% na semana passada, em comparação com 19% na semana anterior, de acordo com o Departamento de Assuntos Hídricos da África do Sul. Em outros lugares, porém, a situação da água vem melhorando. A Vaal Dam, uma importante fonte de fornecimento para Gauteng, a província que inclui Joanesburgo, Pretória e grande parte da área industrial da África do Sul, estava em 94,7%, acima dos 83,5% da semana anterior.
No vizinho Lesoto, os níveis nas barragens de Katse e Mohale, que são os principais sistemas de armazenamento de água para Gauteng, estão, juntos, com uma capacidade de quase 54%. Em janeiro, esse volume era de 32%. Outra boa notícia veio do Serviço Meteorológico da África do Sul: o nível da chuva, nos próximos três meses, para a região da Cidade do Cabo, deve ser acima da média.
Com informações da Reuters.
Leia mais: https://oglobo.globo.com/boa-viagem/cidade-do-cabo-adia-possivel-racionamento-de-agua-para-2019-22555353#ixzz5DsqdtAfc
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02/05/2018- Baixo São Francisco terá vazão média elevada em maio
Nesta terça-feira (24), o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) informou que a partir do dia 1º de maio aterá a vazão elevada começando pelo reservatório de Sobradinho, na Bahia, para uma média mensal de 600 metros cúbicos por segundo (m³/s). O motivo é o a elevação do nível dos reservatórios instalados no rio, devido ao índice pluviométrico registrado nos últimos quatro meses.
Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou a proposta na segunda-feira (23), durante reunião semanal promovida pela Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília (DF), para elevar a vazão para 690 m³/s, de segunda a sexta-feira, das 10h às 22h já a partir da próxima terça, dia 1º. Nos demais horários, ou seja, das 22h às 10h, bem como nos fins de semana e feriados, a defluência a ser praticada será de 550 m³/s. A medida resulta numa média de 600m³/s.
Para o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, esta não é uma questão apenas de geração de energia. Segundo ele, é preciso encontrar um termo que atenda a todos, havendo a necessidade de se elevar a vazão em Sobradinho. “A vazão atual é desastrosa para a região do Baixo. Todos sabem e não precisa repetir”, disse durante a reunião.
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