Mais agrotóxico no prato: PL do Veneno volta a assombrar e pode ser votado
Além de estarmos a um passo de perdermos nosso direito a informação em relação aos transgênicos a Bancada Ruralista volta a atacar “reativando” o PL do Veneno
Comissão especial deliberativa que analisa o Projeto de Lei 6299/02 irá se reunir nesta quarta-feira (24) e pode decidir se o projeto segue ou não para plenária. Se o pacote de medidas, conhecido como PL do Veneno, for aprovado, o Brasil, que já é um dos campeões mundiais em uso de agrotóxicos, abrirá ainda mais suas portas para essas substâncias.
Entre os pontos que podem ser alterados pelo PL, que reúne todo o tipo de anexo absurdo sobre o tema, estão a mudança do termo “agrotóxico”, que passaria a chamar “defensivo fitossanitário”, em uma clara tentativa de mascarar sua nocividade, afastando informações essenciais à escolha do consumidor, e desconsiderando os impactos à saúde e ao meio ambiente no processo de aprovação de novas substâncias. A proposta é tão surreal, que garante o registro de substâncias comprovadamente cancerígenas, quando o risco for “aceitável”, sem esclarecer, claro, quem vai decidir o que é aceitável.
“Este pacote vai totalmente na contramão do que a sociedade quer. O que precisamos urgentemente é aprovar medidas e políticas para diminuir a quantidade de veneno no campo de forma gradual e responsável, e não aumentar cada vez mais o uso dessas substâncias. Como a gente já vêm mostrando, os agrotóxicos têm ido parar no nosso prato e colocam em risco a nossa saúde e a de nossas crianças. A quem interessa esse futuro?”, comenta Marina Lacôrte, da campanha de Agricultura e Alimentação do Greenpeace.
Ao contrário do que o agronegócio costuma afirmar, essa não é a única forma de se produzir alimentos, pelo contrário. O uso de pesticidas perpetua um modelo de produção agrícola altamente impactante e que coloca em risco o futuro da nossa produção e de nossas condições de vida, atendendo apenas aos desejos da indústria e da Bancada Ruralista, enquanto existem outros caminhos viáveis, socialmente e ambientalmente mais justos de colocar comida na mesa de nossa população. Este é justamente o objetivo da PNARA, a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos. Acolhida no início de 2017 pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a PNARA aguarda há mais de um ano a instalação de uma Comissão Especial para começar a tramitar.
Se vc ainda não assinou
#ChegadeAgrotóxicos
Cidadãos de 2ª classe?
Muitos países vem trabalhando na redução e até na proibição de agrotóxicos, mostrando que esta é uma solução viável. Enquanto isso, no Brasil, nossa classe política quer nos tornar consumidores solitários de venenos já proibidos em todo o mundo. Será que nossos políticos consideram que nossa saúde e nutrição não tem a mesma importância?
Não podemos permitir que este projeto siga adiante. Ajude a pressionar os membros da comissão, pedindo aos deputados que respeitem a vontade da sociedade e votem contra o parecer. Nós não queremos mais veneno no nosso prato! Nossa comida, nossa decisão!
Comentários
Postar um comentário