Pular para o conteúdo principal

Máscaras e luvas descartadas podem ser transformadas em biocombustível



Não é de hoje que os chamados equipamentos de proteção individual (EPI), que incluem máscaras e luvas, por exemplo, são um problema para o meio ambiente. Mas, com a pandemia de Covid-19, o descarte incorreto desses utensílios feitos de plástico se tornou ainda mais preocupante. Com muito mais pessoas adquirindo e descartando esses materiais, eles se acumulam em aterros e áreas costeiras, contaminando a natureza como um todo.

A boa notícia é que há saídas. Uma equipe de cientistas da Universidade de Estudos de Petróleo e Energia, na Índia, sugeriu uma estratégia para minimizar o impacto ambiental desses materiais: convertê-los em biocombustível.


Máscara de proteção boiando na orla do Rio de Janeiro  (Foto: Ricardo Gomes / Instituto Mar Urbano)


Publicada na último dia 3 agosto no periódico Biofuels, a pesquisa mostra como bilhões de EPIs​​podem ser reaproveitados dessa forma. De acordo com Sapna Jain, líder do estudo, a transformação desses materiais em combustível sintético "não apenas impedirá os graves efeitos colaterais para a humanidade e o meio ambiente, mas também produzirá uma fonte de energia".

Para ela, é preciso se preparar para os desafios da vida pós-pandemia de maneitra sustentável. "Agora, o mundo está focando em combater a Covid-19, no entanto, precisamos também prever os problemas da crise econômica e do desequilíbrio ecológico, pontua, em comunicado.

Após revisar diversos estudos sobre o descarte dos EPIs, o priolipropileno (polímero que os compõe) e a viabilidade de convertê-los em biocombustível, os cientistas indianos concluíram que o melhor método é a pirólise. Esse processo químico quebrar o plástico em alta temperatura — entre 300 e 400 graus centígrados por uma hora —, sem oxigênio.


Segundo Bhawna Yadav Lamba, coautora, da pesquisa, esse processo está entre os métodos mais promissores e sustentáveis ​​de reciclagem em comparação com a incineração e o aterro sanitário. "O combustível líquido produzido a partir de plásticos é limpo e possui propriedades de combustível semelhantes aos combustíveis fósseis", garante.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O QUE É LICENCIAMENTO AMBIENTAL ?

É o procedimento administrativo realizado pelo órgão ambiental competente, que pode ser federal, estadual ou municipal, para licenciar a instalação, ampliação, modificação e operação de atividades e empreendimentos que utilizam recursos naturais, ou que sejam potencialmente poluidores ou que possam causar degradação ambiental. O licenciamento é um dos instrumentos de gestão ambiental estabelecido pela lei Federal n.º 6938, de 31/08/81, também conhecida como Lei da Política Nacional do Meio Ambiente. Em 1997, a Resolução nº 237 do CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente definiu as competências da União, Estados e Municípios e determinou que o licenciamento deverá ser sempre feito em um único nível de competência. No licenciamento ambiental são avaliados impactos causados pelo empreendimento, tais como: seu potencial ou sua capacidade de gerar líquidos poluentes (despejos e efluentes), resíduos sólidos, emissões atmosféricas, ruídos e o potencial de risco, como por exemplo, explosõ

Projeto de Conservação do Mico-leão-da-cara-preta completa um ano com registros inéditos da espécie

O Projeto de Conservação do Mico-leão-da-cara-preta completa um ano de atuação nas Unidades de Conservação do Parque Estadual de Cananéia (SP) e do Parque Nacional de Superagui (PR). Em tempo de celebrar a data, imagens inéditas dos micos foram obtidas por meio de uma câmera escondida, na Unidade de Conservação paulista. O destaque nos novos registros é a presença dos pequenos filhotes nas costas da mãe e, em seguida, seu desenvolvimento, mostrando como se tornaram mais fortes, se alimentando sozinhos. Elenise Sipinski, coordenadora do projeto, explica que o período de reprodução é sempre muito crítico para a conservação das espécies, pois os filhotes estão mais vulneráveis. “Neste ano, além das já conhecidas ameaças, precisamos monitorar como os animais se comportam diante dos surtos de febre amarela no estado de São Paulo”, relata. O projeto foi idealizado pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) para contribuir com a proteção da espécie, implement

ONU lança campanha para reduzir plástico nos oceanos

A ONU lançou uma campanha global dirigida a governos, empresas e consumidores para reduzir os resíduos de plástico nos oceanos, onde são lançadas cerca de oito toneladas por ano deste material. "Clean Seas" ("Limpar os mares") se chama a campanha apresentada durante a Cúpula Mundial dos Oceanos, que acontece até esta sexta-feira (24) em Nusa Dua, na ilha de Bali, na Indonésia, afirmou a ONU em comunicado. Entre as medidas, a organização multilateral sugere aos governos que apliquem políticas para reduzir o plástico, que as empresas reduzam as embalagens com este material e que os consumidores mudem seus hábitos. Para o ano 2020, a campanha propõe que sejam totalmente eliminadas as maiores fontes de plástico no mar: os microplásticos de cosméticos e as embalagens descartáveis. "Já passou da hora de abordarmos o problema do plástico que aflige nossos oceanos. A poluição de plástico está aparecendo nas praias da Indonésia, repousando no leito mar